Não dá para dizer que não leu, que não ouviu alguém comentar ou que não se interessa pelo tema.
Sustentabilidade. Essa palavra também adquire contornos relevantes no intramuros condominial, esse microcosmo em que habitam dezenas, centenas, as vezes milhares de pessoas.
Nessa seara, o lixo gerado, sem sombra de dúvida, é um dos maiores problemas a ser encarado pela administração.
A criação de uma mentalidade consciente da seriedade do problema é vital para a sobrevivência do planeta, de nossos descendentes, portanto. As crianças podem exercer papel fundamental nesse particular, disseminando essa cultura com seus amiguinhos na escola, nas reuniões familiares e em qualquer outro evento de que participem.
Tudo que consumimos vem em embalagens; qual o destino desse monturo produzido a cada dia? É realmente necessária a embalagem? Onde e como a descartamos? Precisamos mesmo comprar dessa forma e nessa quantidade?
A sensação de dever cumprido, que muitos de nós têm quando levamos ao local indicado no condomínio nosso lixo nos indefectíveis saquinhos plásticos, é algo preocupante, eis que, a partir dali é que realmente começa o problema.
Para onde vai, como vai ser tratado, qual o impacto no meio ambiente?
Há, igualmente, a propaganda maciça e massiva, martelando nosso subconsciente, que nos induz ao consumo inconsequente.
Consumimos coisas de que efetivamente não precisamos; bugigangas inúteis que ficarão sob nossa tutela – no manuseio do dia a dia, ou pegando poeira na estante – até que, via de regra pouco tempo depois, jogamos fora.
Coisas e objetos criados sob o enfoque da obsolescência planejada, em que os produtos chegam ao mundo quase já na condição de lixo; são feitos para se deteriorar em curto/curtíssimo prazo, mas que também consumiram água, energia e recursos naturais para que fossem produzidos! E, ainda, vão se somar aos milhares de toneladas de lixo que terão que ser descartados!
Não somos cuidadosos com nosso país, com nosso planeta: o lixo jogado na rua é como cuspir para cima e esperar a gravidade fazer sua parte – bem na nossa cara!
Sim, porque nesse período chuvoso em algumas partes do país, as enchentes não saem dos noticiários; sim, se pensássemos que contribuímos para essa tragédia anunciada quando jogamos uma embalagem qualquer, um pacote de biscoitos, um papel de bala, uma lata de refrigerante ou de cerveja, uma simples bituca de cigarro…
Não vamos mencionar sofás, rodas de bicicleta ou de moto, geladeira, pneus de carro, vasos sanitários, monitores, e tantos outros que já vimos por aí…
Quem não viu pequenas embalagens plásticas presas em animais marinhos, matando-os?
Ora bolas, não seja egoísta! Pense nos seus filhos e em outros entes queridos, no seu vizinho, nos animais de estimação, nos animais selvagens, em todos os seres vivos, enfim!
Talvez esse egoísmo lhe proporcione vivenciar experiências nada agradáveis, talvez não haja tempo de você já ter partido quando a natureza nos devolver de chofre as desgraças ambientais que lhe estamos imputando! Quem sabe?!
PS. Nossa intenção era falar a respeito de sustentabilidade em condomínios, mas acabamos nos estendendo sobre o lixo, então, fica para o próximo artigo.