Cães em condomínios. O lado de quem não gosta.
“Morro de medo de cachorros! Tenho uma cicatriz na perna, me lembro que, à época, tive que tomar um monte de injeção. Também não gosto nada de tomar injeção!
Quando me mudei para este condomínio me certifiquei de que não era permitido pelo regulamento interno manter animais de estimação.
Foi um sossego por exatos dois anos, até que uma senhora veio para cá e trouxe na bagagem seu cãozinho. Não era daqueles grandões, é verdade. Mas, saí de minha zona de conforto.
Cereja do bolo? No meu andar!
Nunca fiz questão de saber seu nome, mas ele latia muito. Eu querendo ouvir jazz ou falando ao telefone e aqueles latidos estridentes e intermináveis.
No elevador, ele ficava no chão (não no colo dela) olhando para as outras pessoas, eu me perguntava “será que ela conseguiria segurar a guia caso ele ‘avançasse’ em alguém”?
Havia um passeio de uns quinze metros entre a portaria do edifício e o portão de acesso à rua. Já vi desde minha janela, o cachorro ficava eufórico nesse último trecho! Latia de felicidade, fazia xixi nos quatro cantos. Algumas vezes quase pisei no seu cocô nesse trajeto.
É. Ela mesma não recolhia. Sobrava para os funcionários da limpeza.
O síndico, obviamente, tentou conversar com ela, sem sucesso. Advertências e multas foram emitidas.
A indignação com a atitude daquela senhora se estendeu por toda massa condominial. Até uma assembleia foi convocada para discutir o caso.
Ela, finalmente, decidiu se mudar.”