“Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe”, diz o dito popular.
Quando se pensa na água – que insiste em não sair de algumas torneiras em residências país afora apesar de que se paga regiamente pelo serviço e pela sua competente administração – é bom que não levar muito ao pé da letra o tal ditado.
Chamada pela imprensa de ‘tragédia’ a partir de boletins oficiais, a denominada “crise hídrica” que ora nos afeta é uma tese difícil de comprar, pela previsibilidade que o atual cenário foi se desenhando ao longo dos últimos dois ou três anos.
A propalada inépcia de governos que insistiram aqui e acolá em priorizar acionistas das companhias que administram a água em diversos municípios brasileiros, ou não promover robustos investimentos em infraestrutura de captação e distribuição, pelo menos está servindo para evidenciar a todos nós a finitude desse bem sem o qual a vida não vinga.
Como brasileiros, vamos certamente fazer nossa parte, investindo tempo e recursos de que não dispomos para improvisar coleta e reuso tanto da água de chuva quanto de parte da água servida.
E os condomínios, grandes consumidores de água, têm dado exemplos de que estão efetivamente preocupados e envolvidos com a questão quando seus síndicos adotam posturas administrativas visando à economia e ao uso racional, diminuindo a frequência na limpeza de determinadas áreas, e mesmo suprimindo itens de lazer, de certa forma constrangendo aqueles moradores que habitualmente delas se utilizavam.
Espera-se, longe de pensar que isso permitiria desperdiçar o tão precioso líquido no futuro, que tal situação seja contornável no âmbito governamental, e que não mais tenhamos de ficar reféns – unicamente – dos humores de ‘São Pedro’.