Escrever a respeito de condomínios é, para mim, sempre um renovado prazer.
Depois de mais de quinze anos na capital paulista trabalhando ora como gerente predial, atuando num só empreendimento, ora como gerente de condomínios, frente a uma carteira com duas dezenas deles, vejo-me agora na Capital Federal, onde esse mercado tem suas peculiaridades.
Para quem não conhece Brasília – “BSB” para os íntimos –, a urbe tem Sobradinho, Ceilândia, Gama, Taguatinga e outras, suas cidades-satélite, mas quero centrar esta abordagem em BSB, também conhecida como a área do Plano Piloto.
Os condomínios do Plano Piloto são os blocos que estão encravados nas superquadras, nas asas sul e norte. Há, também, aqueles situados no “Sudoeste”, “Cruzeiro”, “Noroeste”, além dos residenciais no “Lago Sul” e “Lago Norte”.
Cada bloco, um condomínio. Cada quadra, até 17 blocos. É condomínio que não acaba mais…
Como a concepção arquitetônica original, lá dos idos de 1958, “suspendeu” os prédios em pilotis, a área comum de cada condomínio fica significativamente reduzida. Transeuntes circulam à vontade por ali.
Os pilotis, como bem pontuou Conceição em seu blog no post O singular do plural, de 05 de junho de 2015, “devolvem à cidade o que é da cidade: o chão, o ir e vir, o atravessar, o cortar caminho, o brincar, o namorar, o fofocar, a fruição da vida urbana sob o céu de cada um de nós”.
Lúcio Costa e Oscar Niemeyer foram visionários sem sombra de dúvida, constato isso todos os dias andando por aqui.
Grande parte desses condomínios não tem garagem, ou seja, os carros dos moradores são estacionados na via pública, bem próximos aos edifícios.
Sob o olhar daqueles que administram os condomínios tradicionais de São Paulo, Rio, Porto Alegre, Campinas, Natal, os condomínios do “Plano” são significativamente mais simples de serem administrados, a um custo mensal que talvez não compense o tamanho da estrutura que têm nas respectivas cidades.
Os síndicos contratam um contador para gerar a cobrança das cotas condominiais mensais, o mesmo que prepara o que conhecemos como “Pasta de Prestação de Contas”. Em alguns casos, um dos maiores custos do condomínio é a remuneração do próprio síndico.