Para começar, havia um cemitério bem ao lado do condomínio. O zelador, muito supersticioso, só aceitou trabalhar ali depois que se assegurou de que o muro que os separava era bem alto.
Ele sempre evitava olhar para lá quando, por algum motivo, tinha que subir nos andares. Além disso, não queria saber de conversar a respeito de funerais, mortos, o que quer que seja…
Naquela semana choveu muito, mas muito mesmo.
Assim, o que acabou acontecendo, dá até pra imaginar…
E, apesar da presença do zelador no condomínio quem foi acionada, pela manhã, foi a administradora.
Ele bem que havia tentado – tão logo constatou o incidente – entrar em contato com o seu gerente de atendimento, mas estava paralisado… Não conseguia nem falar…
Vizinhos, como se diz, a gente não escolhe.
Mesmo que, antes de fechar o contrato, você tome o cuidado de pesquisar, conversar, saber sobre as pessoas que estarão ali, “do outro lado da parede”, algum dia essa família pode se mudar, e a outra, totalmente diferente, com novos hábitos, rotinas, barulhos, enfim…
Nesse causo, o vizinho é conhecido, o cemitério, o que nunca se espera é que, belo dia, alguns esqueletos venham “visitá-lo”.
Como o condomínio fora construído numa área topograficamente inferior ao do cemitério, com a chuvarada, a pressão da água foi tal que rompeu parte da base do muro, propiciando a “visita”.
Restou comunicar as autoridades competentes para remover os “intrusos” e iniciar imediatamente a reconstrução do muro.
Só para finalizar, talvez não precisasse ser dito, o zelador antecipou suas férias e só retornou depois de finalizadas as obras…