Ela morava num condomínio que se situava nas vizinhanças do bairro do Bexiga, na capital paulista. Sempre fora muito cuidadosa, ciente e ciosa de suas responsabilidades, seus direitos e deveres, enquanto condômina.
Não se sabe ao certo, mas o fato é que – no final de certa tarde – uma vela foi acesa na sala de seu apartamento, sobre uma mesa de madeira.
O ambiente ficou mais aconchegante; pasta, vinho… O jantar íntimo prometia…
De repente, o telefone tocou e toda a programação mudou… Iria rolar um cineminha.
– A que horas?
– […]
– Já?! Então tá, estou de saída!
Tomou um banho rápido, passou um perfuminho, retocou a maquiagem, colocou um traje descontraído.
No meio do filme – daqueles bons, épicos, cheios de ação – seu telefone começou a vibrar no bolso. Pediu licença, nervosa – tinha visto que o número do telefone era da portaria de seu condomínio – e saiu atropelando todos da fileira para, finalmente, atender à ligação.
O zelador, todo sem jeito, procurando palavras para dar a notícia a ela – de uma maneira mais suave – soltou:
– Dona Brigite, seu apartamento está pegando fogo!
Quando ela conseguiu chegar – após ter enfrentado o sempre caótico trânsito de São Paulo – os Bombeiros já tinham ido…
Depois deste episódio, soube-se que não mais se colocou vela alguma… Nem, mesmo, em bolo de aniversário!
Incêndios em condomínios podem ter diversas e inusitadas origens, seja nas áreas comuns, seja nas unidades privativas.
Problemas na parte elétrica, por falta de manutenção, sobrecargas, fiação exposta, uso de benjamins (tês), pontas de cigarro jogadas em lixeiras, enfim, um sem número de situações podem propiciar a desagradável (e perigosa) experiência de se enfrentar esse tipo de incidente, às vezes de proporções inesperadas.
Com a crescente conscientização dos gestores quanto à importância de manutenções preventivas, tem-se notado certa diminuição nos acidentes daí decorrentes.
As últimas notícias veiculadas dão conta de que os incêndios em condomínios tem tido início dentro dos apartamentos, como o que aconteceu no caso narrado.
É preciso, portanto, que tenhamos muito, muito cuidado e atenção com velas acesas, celulares carregando, panelas no fogo ou algum quitute assando no forno: nessas e em outras circunstâncias jamais saia de casa, nem que seja para ir à esquina comprar um jornal na banca de revistas.