Um grande amigo morava em Higienópolis, bairro tradicional na capital paulista.
Ele trabalhava o dia todo; chegava tarde em casa, mas, mesmo assim, ainda sobrava alguma energia para administrar os afazeres domésticos.
Ele tinha, também, uma mania – pode-se dizer assim, na falta de uma palavra mais adequada – de abrir janelas e portas para o ar circular, bem como de colocar cobertas e travesseiros na janela para tomar sol.
“Pra respirar!” – dizia.
Certo dia, pela manhã, preparando-se para ir ao trabalho – mas, na verdade terminando seu café da manhã – percebeu que, da cozinha, vinha uma algazarra lá de baixo. Foi verificar e constatou um monte de gente apontando para cima, gesticulando, falando alto… E, então, ele ouviu a palavra fogo!!!
Assim, desceu imediatamente, juntou-se à turba, olhou para cima e viu que um travesseiro – na janela do segundo andar – estava em chamas!
“Ei, ‘pera’ aí, é o meu apartamento!!!” – ele gritou.
Subiu correndo pela escada, sem esperar o elevador… Entrou esbaforido em seu apartamento, indo direto para a área de serviço.
Por ali, tinha um balde com uns panos de chão de molho…
Ele o pegou e, rapidamente, jogou aquela água – com pano e tudo – no travesseiro que, há pouco, tinha colocado para respirar. E, tudo despencou janela abaixo!
Em seguida, desceu para resgatar a ‘vítima’ e percebeu que havia uma bituca de cigarro toda encharcada…
Todo regimento interno deve prever punição severa a quem joga o que quer que seja pela janela.
O risco de acertar alguém com um objeto de massa considerável é grande, e as consequências desse ato são imponderáveis, na justa medida do resultado verificado.
Jogar uma bituca de cigarro ainda acesa é o cúmulo da irresponsabilidade, da imprudência, uma atitude verdadeiramente irrefletida.
A maior ou menor constatação desse tipo de ocorrência passa, sem sombra de dúvida, pela dificuldade de o condomínio identificar o infrator, num primeiro momento.
O que não impede, em casos mais graves, de se acionar a polícia, envolvendo a realização de perícias mais apuradas para se chegar ao dono das digitais encontradas no objeto lançado.